Polônia no Brasil

No dia 15 de março de 2024, em Porto Alegre, foi inaugurado o Centro João Paulo II de Estudos da Cultura Polonesa na Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUCRS). O Centro foi criado em cooperação com a Universidade Católica de Lublin. O evento contou com a presença da Embaixadora da República da Polônia no Brasil, Bogna Janke.

O objetivo do Centro é promover e ensinar a língua polonesa, bem como disseminar a história e cultura polonesa no Brasil.

Porto Alegre é um importante centro da diáspora polonesa, descendentes de imigrantes dos séculos XIX e XX. As gerações mais jovens estão perdendo o conhecimento da língua polonesa, mas muitas pessoas expressam o desejo de aprender a língua de seus antepassados e declaram um senso de identidade nacional polonesa.

 

 

Discurso da Embaixadora Bogna Janke durante a cerimônia:

 

Prezado Reitor Evilázio Teixeira,

Prezado Reitor Kalinowski,

Distintos convidados,

Senhoras e senhores!

 

É com um profundo sentimento de orgulho que estou diante dos senhores neste dia especial de inauguração solene do Centro João Paulo II de Estudos da Cultura Polonesa da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul.

Agradeço muito por este convite, que particularmente é extremamente honroso para mim. A universidade onde estamos nos reunindo hoje tem sido repetidamente reconhecida como a melhor universidade privada de todo o Brasil. Ela é conhecida por sua inovação e intensa cooperação internacional, e por ter um dos museus mais interessantes do país o Museu de Ciência e Tecnologia que espero visitar em breve.

Estou muito satisfeita pelo estabelecimento de uma cooperação com a Universidade Católica de Lublin através dos senhores. É uma universidade extraordinária, uma das mais antigas da Polônia. Durante a era comunista, ela foi um bastião da liberdade, defendendo os valores que nortearam sua fundação. Estudantes e professores participaram ativamente do movimento Solidariedade e, durante a lei marcial, muitos foram internados. Entre seus formandos estão alguns dos mais eminentes políticos, advogados e cientistas poloneses. Tudo isso faz com que a Universidade Católica de Lublin desempenhe um papel especial na história da Polônia, sendo mais do que somente uma universidade.

Há quarenta e quatro anos, o Papa João Paulo II veio a Porto Alegre. Em uma rotatória próxima ao Estádio Olímpico, ele discursou para 300 mil pessoas e declarou o estado do Rio Grande do Sul um "bastião da fé católica". Em homenagem a esses eventos, o local onde os fiéis se encontraram com o Santo Padre foi batizado de “Rótula do Papa”.

Esse evento mostra o tipo de homem que João Paulo II era. Ele era um homem que unia. Foi graças a ele que muitos brasileiros se interessaram por seus antepassados poloneses e decidiram cultivar as tradições e a língua de seus avós. Vi isso com meus próprios olhos durante minha visita a Guarani das Missões, no interior do Rio Grande do Sul, que visitei por ocasião do Dia da Independência Nacional polonesa.

Tenho orgulho de que hoje, juntos, estamos dando continuidade a esse legado do Santo Padre e construindo pontes entre nossos países. São países que estão geograficamente distantes, mas sem dúvida estão próximos espiritualmente. Tenho certeza de que o Centro João Paulo II contribuirá para o fortalecimento de nossos valores comuns e constituirá um importante vínculo intelectual e cultural entre a Polônia e o Brasil.

Gostaria de aproveitar esta oportunidade para agradecer, em especial, aos Reitores Evilázio Teixeira e Mirosław Kalinowski por seu trabalho no fortalecimento da cooperação acadêmica polono-brasileira e por seus esforços para estabelecer o Centro. Também gostaria de agradecer ao meu antecessor, o Embaixador Jakub Skiba, que deu impulso a esse empreendimento. Fico feliz que a Embaixada da República da Polônia tenha contribuído para esse notável projeto. Agradeço também à Sra. Cônsul Marta Olkowska, ao Sr. Cônsul Sérgio José Sechinski, ao Reverendo Doutor Zdzisław Malczewski, ao Professor Arkadiusz Stasiak e a todos aqueles sem os quais o Centro Cultural João Paulo II jamais teria sido criado.

Obrigada!